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Vamos falar de “Adolescência: a série”

“A história de Jamie é fictícia, mas os temas abordados são extremamente reais.” Comenta a professora do curso de Letras da Uninter Maristela Gripp

08/04/2025 17h59Atualizado há 1 semana
Por: Redação
Imagem da série Adolescência | Créditos: Divulgação
Imagem da série Adolescência | Créditos: Divulgação

A série “Adolescência” é o mais novo sucesso da Netflix e já foi assistida por mais de 66,3 milhões de pessoas ao redor do mundo. No momento, a série é a mais assistida do streaming e já ocupa o primeiro lugar entre as mais vistas dos últimos tempos.

A trama narra a história de Jamie, um garoto de 13 anos, acusado de assassinar uma colega de escola. A partir deste início, a narrativa se desenvolve, tendo como pano de fundo a família, o investigador e a terapeuta, que se perguntam o tempo todo sobre o que teria levado um menino de apenas 13 anos a cometer um assassinato tão brutal.

O criador da série e ator, o inglês Stephen Graham, relatou que a ideia para criar “Adolescência” surgiu após ler várias notícias sobre casos de jovens com idades entre 9 e 15 anos que foram acusados de crimes contra garotas na Inglaterra.

O autor constatou que no Reino Unido existe um aumento alarmante de casos de violência juvenil envolvendo armas brancas, o que pode ser entendido como o resultado das pressões sociais, influência da internet e falta de diálogo familiar sobre temas importantes, como a masculinidade tóxica, por exemplo.

A história de Jamie é fictícia, mas os temas abordados são extremamente reais. A violência juvenil não é um fato novo, mas a radicalização on-line, a falta de comunicação entre pais e filhos e, principalmente, a constatação da ausência de preparo de pais e educadores para enfrentar esses problemas, são contemporâneos, surgiram com a chegada da internet.

Na série, somos apresentados ao submundo das redes sociais, onde o bullying, a misoginia e a violência contra as mulheres são a regra.  São grupos como o dos Incels (celibatários involuntários), homens que se descrevem como incapazes de ter um relacionamento ou uma vida sexual, embora desejem estar em uma relação.

Segundo a BBC News Brasil, são homens que culpam abertamente as mulheres pelo seu "fracasso sexual", partindo da premissa de que todas seriam interesseiras e oportunistas, e só se preocupam com dinheiro e aparência. Infelizmente, esse não é o único grupo existente nas redes sociais com objetivos muito parecidos.

A série “Adolescência” serve de alerta para pais e educadores, porque expõe a existência dos perigos presentes nas redes sociais aos quais os jovens estão expostos todos os dias.  Por isso, mais do que proibir o uso do celular ou do computador em casa ou nas escolas, é necessário criar estratégias para que os jovens saibam se proteger desse ambiente virtual, onde as armadilhas estão por todo canto.

Assistir a série é compreender um pouco sobre esse mundo virtual e novo onde nossos jovens habitam. Saber separar o joio do trigo é uma questão de vida ou morte para muitas crianças e adolescentes que têm sido seduzidos pelas redes sociais sem nenhuma supervisão. É urgente que a sociedade, pais e educadores busquem alternativas para protegerem as crianças e os jovens. O tempo não para e já estamos atrasados nesta corrida!

 

 


Professora Maristela Gripp - Créditos: Rodrigo Leal

*Maristela Gripp é doutora em Estudos Linguísticos pela UFPR e professora do curso de Letras na UNINTER.


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